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Não leitores

18/04/2009

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Desde o aparecimento do livro, sempre houve leitores, dos casuais aos que lêem os clássicos. Mas também sempre houve não-leitores, dos que não tiveram a oportunidade de aprender aos mais instruídos.

Noutro dia, falava sobre o meu trabalho de livreiro e da importância da leitura com um amigo, que me disse: «Sabes, os livros já passaram de prazo e foram escritos, na sua grande maioria, por pessoas que já morreram ou por quem nada tem a acrescentar. Ler é viver a vida dos outros e não ter vida própria, ler requer tempo e o tempo nos dias de hoje é um luxo. A verdadeira sabedoria está na experiência da vida per se e não nas sumidades da enciclopédia. A escrita é um simulacro da fala que parece muito útil para a memória, o saber, a imaginação, mas que acaba por ser contraproducente. As pessoas confiam nela e não desenvolvem a suas próprias capacidades. Se queres saber, acho que as pessoas lêem demais. Antes de lerem um livro, deveriam reflectir sobre se esse livro irá de facto melhorar a sua vida; é que a grande maioria deles não melhora.» Esta afirmação apanhou-me de surpresa, não estamos habituados a que pessoas instruídas neguem a importância da leitura. Onde terá ele ido buscar tanta sabedoria?

Ler é estúpido – Pó dos Livros, por Jaime Bulhosa

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